terça-feira, 9 de abril de 2013

Uma vida que foi um sopro... Ontem chegou, hoje partiu. Cara de anjo a emoldurar um corpo que poucas horas viveu, mas que tantos abalos sofreu. Deus deu e misericordiosamente levou e, não sou ninguém para dizer, mas o sofrimento para ele, para os pais, para toda a família, mesmo para nós, simples peões nesta história, parece-me infinitamente menor assim. Menor, quando comparado com dias de prolongamento e perpetuação da dor anunciada, mas ainda assim excruciante. Há quem diga que eles (recém-nascidos) não têm história e por isso custa menos. É em parte verdade, mas não deixam de ter uma história de conversas na barriga da mãe, uma mãe que aprendeu a amar cada centímetro da barriga-casa de 9 meses, uma história de sonhos e planos a dois para três, um mundo de amor de avós, tias, primos, toda uma família ansiosa por acolher mais um. Estremeci quando o vi hoje, lindo, perfeito, uma gravidez sem mácula, nada fazia prever... Este caso e semelhantes levantam a velha questão do freio bem medido que devemos ter na obstinação terapêutica. Quando devemos parar e deixar a mão de Deus fazer o que estava planeado? Não lutar contra um mar revolto de evidência com um bote pequenino de esperança que só traz dor? São questões eticamente e cientificamente muito complexas. Neste caso não restaram dúvidas, nem para os pais, de que esta partida foi o caminho destinado e que nada poderia ou deveria ter sido feito para impedi-lo. 
Mais uma estrela ilumina hoje a nossa noite, pequenina mas de brilho intenso.

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