terça-feira, 30 de abril de 2013

Carey Mulligan na capa da Bazaar UK de junho.
Maio começa com trabalho (já amanhã) e acaba com férias. 
Muito trabalhinho pelo meio, mas tendo em vista uma viagem, uma primeira grande viagem a dois, para dar mais mundos ao nosso Mundo
Caos. Assim está a minha vida. A correr para falar com O Chefe, a correr para falar com A Chefe, a lembrar-me que tenho de falar com O Chefão; a correr para falar com os Internos, a correr para terminar tudo para enviar para a editora porque o prazo acaba hoje (é 30 de Abril não é? pois é, muita gente acha que não...). A arranjar desculpas para quem ainda não me enviou a versão final do seu capítulo. A ajeitar e organizar 100 e tal capítulos todos diferentes, que se querem todos iguais. A descobrir que alguns afinal não estavam tão prontos como pareciam e a arregaçar as mangas para os fazer. A descobrir que O Chefe quer mais um, a dá-lo a fazer às mais novas, mas a arranjar toda a bibliografia para elas. A ouvir reclamações dos Internos, a compreender, a estar impedida de fazer diferente. Ahh e a chegar antes de todos para fazer o trabalho do dia, para poder passar o resto da manhã a correr, e também a sair bem depois da hora, para completar o trabalho não acabado de manhã por causa das corridas.  Interna, responsável pelos internos e editorazinha. That's my freaking life.

domingo, 28 de abril de 2013

Wkd

Mini-fim-de-semana no nosso Porto. Mini porque trabalhei no sábado. Nosso porque ele só é meu contigo. Depois de alguns partos e muitos bebés durante o dia de sábado, seguiu-se um belo jantar retemperador no Al Forno Baixa, a dois e para os dois, e passagem pelo Edifício Axa, que animava os Aliados com um concerto da varanda para o exterior (não vi a polémica bandeira a P&B). O descanso dos guerreiros e o almocinho preparado por moi (com todo o amor e alguma ansiedade quanto à avaliação, que foi muito boa, thankfully), foram seguidos de uma uma corrida na tarde de hoje, que para mim foi mais uma caminhada... 4 km de pura má forma física e muito sofrimento com o pólen que teima em voar para as minhas entranhas. E pronto, num instante voltei a ficar só, com vontade de rodar os ponteiros até 5ª feira, até me sentir em casa novamente, do teu lado.



Kerry Washington no White House Correspondents’ Association Dinner, 2013.

Já disse que adoro Scandal? Já disse que adoro o personagem Huck? Sombrio, denso, perturbado, misterioso, com um passado terrível, capaz das maiores atrocidades, tendo-as sofrido também... Adoro quando uma personagem roda no limiar daquilo que a mente humana é capaz, na fronteira entre o "normal" e patológico, entre o aceitável e o acto mais recriminável que existe... Entre o bem e o mal, mostrando-nos que tantos, todos, vivemos in between, a maioria, e ainda bem, mas pertinho do bem... Enfim, é dura a personagem e fantástica a série, vale muito a pena!

Home dreaming...




quinta-feira, 25 de abril de 2013

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25 de Abril

Liberdade.
O dia em que "emergimos da noite e do silêncio" aconteceu muito antes do meu nascimento. Muito antes tínhamos ganho a liberdade sem armas, o que me permitiu crescer livre na expressão e na conduta, o que me permitiu ser sem restrições. Neste dia agradeço profundamente a quem o forjou em 74, mas relembro que o replicamos todos os dias, na luta em conjunto, ou individual, por uma equidade de acessos a tudo o que na sociedade nos faz ser e existir, tudo o que nos permite habitar "a substância do tempo" que devemos abraçar responsavelmente livres.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

E a Primavera também trouxe consigo o meu estado sazonal habitual de entupimento nasal, atchins persistentes, cabecita pesada, comichão constante (graças a peninhas minúsculas e irritantes que fazem cócegas na minha garganta e nariz) e muita vontade de me deitar que balança com a minha vontade (de Vendeirinha - nome dado à minha bisavó de quem herdei a maior alergia de todas, a alergia a estar fechada em casa ;)) de ir para a rua passear e aproveitar o sol.
Venham a mim os anti-histamínicos.
A Primavera trouxe consigo o pequeno G. que, muito mais que o sol, veio aquecer a vida da sua família e de um grupo de amigos que o ansiava, por ansiar e desejar muito a felicidade dos papás. 
Amanhã vou conhecê-lo, mal posso esperar! (espero que ele goste da tia Dee ;)) Estou muito feliz por aquela família que cresce e se renova agora e espero que o Mundo tenha o melhor de si reservado para todos, em especial para o pequeno G.!
Wow for the hair and make-up!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Brilhante.

Gosto de música com camadas, tal como gosto de pessoas com camadas. Gosto de quem gosta de mexer nas que estão no fundo, de quem não tem medo de remexer as profundezas, de provocar os monstros que vivem em nós, de os questionar, de os expor, de sentir e de se expor ao sentimento. Gosto de quem se pensa, se critica, se elogia, se repensa.
Não gosto de quem só vê ou só se ocupa com a capa, de quem vive para a trabalhar e não exercita o interior. Não há nada mais triste do que perceber que, para além do embrulho bonito e cuidado, há um vazio de substância, de valores, de ser ou de interesse em ser e crescer.
Cansada e saturada e a semana mal começou. Depois de uma noite mal dormida, o trabalho da manhã foi pontuado por atitudes azedas e sarcasmos de quem está mal por outros assuntos e descarrega sempre no mesmo cabo raso. Hoje não me apanharam num dia bom. O meu habitual bom humor e bom feitio (passo a falsa modéstia) foi substituído por respostas na mesma medida, tipo ricochete, frias e secas, distantes do que sou, a abrir caixas de Pandora que não gosto de abrir. Desanimada com o desinteresse de tanta gente, passada com a soberba de muitas pessoas e farta recriminações infundadas. Começo mesmo bem a semana... Apesar da acidez da manhã, pequenos grandes pingos de decência dão-me esperança de que o Mundo não está povoado de umbiguistas... Exemplo que aqueceu o coração, pequeno e simples, mas grandioso na simplicidade: ia a caminho de casa, arrastando as minhas malas de trabalho e o peso do meu cansaço e stress (ando com os ombros feitos pedra), quando a mãe da querida M. me vê, pára o seu carro e oferece-me boleia. A senhora a quem tiraram o chão tem um duplex de bondade no coração, lembrando-se do outro e não se ensimesmando, quando o Mundo lhe dá tanta razão para isso. Lesson learned.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

And I should be there with you.
So tomorrow let's be where we started to be, together, as always.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

E na terceira década de vida descubro que diana em espanhol significa alvo.
Isto explica muita coisa.
Depois do consenso de 2012, a diversidade e surpresa de 2013. Várias escolhas, várias capas.
Para mim esta está fantástica e a frescura, espontaneidade e transparência da Jennifer Lawrence deveriam realmente influenciar muita gente. 

W Day VI












"The greatest weapon anyone can use against us is our own mind. By preying on the doubts and uncertainties that already lurk there. Are we true to ourselves? Or do we live for the expectations of others? And if we are open and honest, can we ever truly be loved? Can we find the courage to release our deepest secrets, or in the end are we all unknowable... even to ourselves."
Emily, Revenge season 1 episode 4 "Duplicity".
Gostava mesmo de voltar a ser só interna... E só é um belo de um eufemismo.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Todos iguais na nossa diferença
Como dar más notícias na Neonatologia, ou seja, no comecinho de uma vida? Como transmitir a um pai ou mãe que o seu filho terá limitações ao longo de toda a sua vida? Como explicar que um erro da natureza o ligará a uma máquina para ser alimentado, sempre? Dizer "ad initio" que a esperança de ser independente desta alimentação artificial é mínima, que o transplante de intestino tem mortalidade elevadíssima e que a mãe terá, certamente, de abandonar o seu emprego para se dedicar em exclusivo a uma filha que precisará de vigilância e cuidados especiais e diferenciados (quase) constantemente, bem como de múltiplos internamentos? Demasiada informação, positivamente sem "sugar coating", mas negativamente excessiva, para quem, nesse momento, não a ouve, não consegue processá-la, porque é mau demais, porque não pode ser, porque "porquê eu?", porque "por que é que os outros meninos mamam e a minha não?" e isto logo no início da conversa... Conheço meninos mais crescidos (4-5 anos) com a mesma patologia, sei bem o que eles passam, tempos infinitos internados, a revolta de não poder ir brincar quando bem entendem, a dor de mães que de dedicam a tempo inteiro aos seus filhos, com uma nesga ínfima de esperança na resolução... Um, em especial, já mora no meu coração desde que entrei na Pediatria. E há uns dias, ao ver uma mãe, no princípiozinho desta caminhada,  receber toda esta informação assim, despejada, de supetão, não pude evitar os arrepios, a lágrima a molhar o olho, a náusea e tontura de ver espelhados, na face daquela senhora, descrença, medo e pânico. Uma mãe completamente atarantada e abalroada, sem preparação prévia, e quando ela ainda nem sonha o que verdadeiramente passará. Desde então vejo a M. todos os dias e todos os dias tento confortar aquela mãe, mas sinto-me inútil e insignificante perante o desespero dela, perante as dúvidas prementes que me coloca "como dou banho?", "como irá para a escola?", "como explico isto à mana?"... Muitas vezes só sorrio e passo-lhe a mão no ombro dizendo "um dia e um passo de cada vez mamã"... Parece vazio não parece? É cheio do que quero ajudar, mas não sei mais, nem como.

domingo, 14 de abril de 2013

"(...) A ideia de viver a vida um dia de cada vez dá importância de mais ao dia. O problema não está nem no dia, nem na manhã ou na noite, mas no hábito de dividir o tempo em unidades fáceis de entender. Para mim, a vida é o que estou agora a viver mais o desejo - mas não a expectativa - que dure mais uns momentos, dias, meses, anos, décadas.
O desejo do futuro, na versão mais alegre, da continuação do presente, ocupa sempre uma porção valiosa do presente vivido sem pensar em mais nada. Mas a estupidez é uma espécie de vida suspensa, pior do que a morte. Tanto o optimismo como o pessimismo - como demonstra com força Will Self na oleosamente autocongratulória edição centenária do New Statesman - são doenças da razão.
Ter uma atitude e gastar tempo com ela é capaz de ser a pior maneira de desperdiçar o tempo. Virão momentos em que nada se conseguirá fazer senão lembrar ou ter medo do que vai acontecer. Agora não é a altura para nos pormos a adivinhar quando e como serão, com maior ou menor precipitação.
Quando volta o sol da Primavera e o dia começa a correr bem, a nossa tarefa principal deve ser reunirmo-nos a nós mesmos (collect ourselves) e estarmos todos lá, na nossa única pessoa, para recebê-los.
A preparação rouba muito tempo. O vaticínio é mais rápido mas predispõe-nos e ocupa-nos enquanto não for posto à prova.
O melhor é sempre o que está mais perto de nós no tempo, no espaço e na sucessão de acontecimentos: o futuro é hoje; já passou.(...)"
Miguel Esteves Cardoso
Público, 13/04/2013

Como posso queixar-me de não ter aproveitado um dia lindo de sol, com os meus, por ter estado fechada na Unidade a trabalhar, quando chego a casa e me deparo com o relato televisivo da D. Amélia Santos, de Oeiras, que oferece os seus préstimos, como cuidadora de idosos, a troco de comida? Que diz continuar a lutar porque há pessoas em pior situação que ela, quando varre as ruas da sua cidade, todas as manhãs, com tonturas por fome? Que só quer dar comida aos seus filhos e diz, numa simplicidade que todos devíamos ter, nem que fosse uma gota, que o importante não é o dinheiro, mas o amor? 
Não há nada a dizer, mas há muito para refletir.

sábado, 13 de abril de 2013

Hoje começou e acabou o fim-de-semana. Foi celebrado o dia do beijo "comme il faut" e passeámos muito ao Sol, na nossa cidade linda. Já agora, bem-vindo sejas amado Sol. Muitos mimos à família e ao querido cão completaram o dia. O tempo foi curto, mas bem aproveitado, enchendo-me de forças para a longa semana que começa já com a urgência de amanhã. Ah classe privilegiada e de mandriões a que pertenço!! (Referência ao recente post d'O Arrumadinho e muito mais aos tristes comentários... tanto ódio encoberto, será só ódio?, e tanta ignorância, cruzes! Pertenço à classe privilegiada dos que fazem o que amam, essa sim).

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O stress de ser a minha pessoa:
 - relatórios de estágios passados em andamento / por fazer
 - coordenação editorial de um livro a ser lançado ainda este ano
 - mil e um trabalhos em curso
 - uma pós-graduação
 - apresentações já marcadas e muito estudo para o estágio corrente
 - organização de apresentações formativas para os restantes internos, seleccionando e distribuindo temas
 - realização de escalas mensais
 - o trabalho do dia-a-dia, com urgências, permanências and so on... que ocupa mais de 50h por semana, entrando todos os dias as 7h50 no Hospital sem saber bem a que horas saio
 - ser mulher, namorada, filha, neta, irmã, amiga e dona de casa (last, but definitely not least).

E é isto (mesmo assim acho que falta muita coisa). Isto interessa só a mim, é um (auto)desabafo para por as coisas em perspectiva e entender o meu próprio cansaço. Não é queixume, dou graças por ter o que fazer (e mais ainda por amar o que faço), é uma constatação (e talvez explique muita coisa).

terça-feira, 9 de abril de 2013

Uma vida que foi um sopro... Ontem chegou, hoje partiu. Cara de anjo a emoldurar um corpo que poucas horas viveu, mas que tantos abalos sofreu. Deus deu e misericordiosamente levou e, não sou ninguém para dizer, mas o sofrimento para ele, para os pais, para toda a família, mesmo para nós, simples peões nesta história, parece-me infinitamente menor assim. Menor, quando comparado com dias de prolongamento e perpetuação da dor anunciada, mas ainda assim excruciante. Há quem diga que eles (recém-nascidos) não têm história e por isso custa menos. É em parte verdade, mas não deixam de ter uma história de conversas na barriga da mãe, uma mãe que aprendeu a amar cada centímetro da barriga-casa de 9 meses, uma história de sonhos e planos a dois para três, um mundo de amor de avós, tias, primos, toda uma família ansiosa por acolher mais um. Estremeci quando o vi hoje, lindo, perfeito, uma gravidez sem mácula, nada fazia prever... Este caso e semelhantes levantam a velha questão do freio bem medido que devemos ter na obstinação terapêutica. Quando devemos parar e deixar a mão de Deus fazer o que estava planeado? Não lutar contra um mar revolto de evidência com um bote pequenino de esperança que só traz dor? São questões eticamente e cientificamente muito complexas. Neste caso não restaram dúvidas, nem para os pais, de que esta partida foi o caminho destinado e que nada poderia ou deveria ter sido feito para impedi-lo. 
Mais uma estrela ilumina hoje a nossa noite, pequenina mas de brilho intenso.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

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+/-

Quero muito muitos dias felizes, mas também temo dias muito felizes. Sou por esforço optimista. Quando a vida me dá um presente desejado, quando tudo corre bem, quando tudo parece estar a encaixar, há uma sombrinha, que mora no meu dorso, e me sussurra que a seguir à bonança vem a tempestade. Que algo de muito bom é balançado por algo mau, que pago grandes conquistas com perdas. É estúpido e irracional, eu sei, mas vai no seguimento da forma como encaro o Mundo. E se, por um lado, o ser crente na lei das compensações me ajuda a viver, por outro, tem este triste revés. Sofro por antecipação, quando prego que o agora é que conta, baseando-me num reprovável olhar posto no passado, comprovativo irrefutável da rápida finitude das somas. A vida é um carreiro de somas e perdas, sem umas não reconhecemos as outras, por mais dolorosas, assustadoras ou inutilmente antecipadas que as últimas sejam. E temer o inevitável é mesmo uma estúpida perda de energia, tão racionalmente reprovável como emocionalmente indestrutível.

Obrigada G. por lutares por destruir estes meus construtos, recusando-te a aceitá-los e esforçando-te por acalmar o meu irracional raciocínio. Mais um motivo para te amar.

RIP Iron Lady

"Being powerful is like being a lady. If you have to tell people you are, you aren't."
"If you want something said, ask a man; if you want something done, ask a woman."
"I do not know anyone who has got to the top without hard work. That is the recipe. It will not always get you to the top, but should get you pretty near."
RIP Margaret Thatcher, a Mulher de Ferro, a primeira Mulher a ocupar o número 10 de Downing Street, a primeira mulher eleita a chefiar um governo. Controversa, mas determinante para o crescimento do seu país. Uma grande estadista. Fazia-nos falta uma líder assim...
Foi. "Again" e "again" dolorosa, intensa, trabalhosa (10h de trabalho batidinhas), acompanhada de uma dor de cabeça brutal a cimar um corpo que veio perro do fim-de-semana. 
Humpf!

domingo, 7 de abril de 2013