quarta-feira, 29 de janeiro de 2014



"The times they are a-changing"

W Day XXIII

Para melhorar o "mood" deste canto, que anda um pouco azedo, nada melhor que imagens lindas...













Às vezes gostava de ler menos as pessoas.
Descubro traços que não gosto nestas minhas leituras.
E não consigo fingir. Posso não falar abertamente (tenho pavor da confrontação e, talvez esta falta de capacidade de ser frontal, em determinadas circunstâncias, seja dos meus piores defeitos), mas o meu olhar, a minha expressão, o meu afastamento e o velado das minhas palavras acabam por dizer (quase) tudo. 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014



Chanel Spring Couture 2014.
Não confundir gostar de apreciar coisas bonitas (entre elas as criações do Lagerfeld), com o pedantismo descrito abaixo.
"Pay it forward", saudades desse filme que deve ser um dos nossos lemas de vida.

O pedantismo dá-me náuseas. A malta que hasteia o berço (dá-me arrepios de nojo esta palavra), que hasteia o dinheiro (sob a forma de múltiplos bens), ou que hasteia uma cultura que julga ter acima de todos os seres do Universo, não sabe o pobre que é. Pior do que este deprimente hastear de bandeira é o hábito de fazer pouco de quem não tem, ou tem menos, ou daqueles em relação aos quais estes seres iluminados se julgam infinitamente superiores em posição social (mais arrepios), pinta, conhecimento ou esperteza. Haja dó. O mais pobre dos seres é aquele que fundamenta a sua riqueza naquilo que tem e não no que é. Tal como a profissão não é um posto social de humilhação de terceiros, os bens são apenas um complemento do nosso viver feliz e o conhecimento é para ser partilhado com a humildade de quem tem sempre a aprender com a partilha. Publicações facebookianas fazendo pouco de quem frequenta a praia X, tem o carro Y ou usa a roupa Z, artigos de opinião de "supra-sumos da cueca" que têm um entendimento superior sobre toda e qualquer matéria, ou elitismos na conduta ao longo da vida, são motivos para o meu repúdio. Só peço ajuda aos céus para nunca cair numa destas falhas e se algum dia me virem a empinar o nariz, têm a autorização de me dar um valente estalo para me trazer de volta ao chão.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sou demasiado exigente. Comigo e com aqueles a quem dou tudo e mais uma fatia (de mim). E espero. Espero demais... Já disse mil vezes que o pior da vida são as expectativas, mas não consigo calá-las em mim. E se dou, espero receber. Nem que seja a presença calada e o ouvido atento. Nem que seja a mais elementar educação no trato. Nem que seja o agradecimento com um sorriso ou um aceno de cabeça. Nem que seja um "estás bem?" de vez em quando. Quando nem isso, há um estilhaçar de vidros dentro de mim e cái por terra toda uma construção. Colo-a, vagarosamente, e maldizendo algum dia ter perdido tanto de mim a gerá-la, mas ficam para sempre as marcas de um vidro que se partiu. A confiança pura e limpa não se retoma e, pelo menos, não sou inocente ao ponto de reconstruir expectativas tão altas. Cada vez mais penso que vivemos num Mundo de "em-si-mesmados" e que aí   reside a génese de muito estilhaçar. "People please see the bigger picture... we are all star dust."
(não quero com isto dizer que não sou capaz de estilhaçar umas quantas expectativas nos que me rodeiam... sou humana, dona de muitos defeitos e falho muito, mas quero reter e reavivar esta consciência - não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam - para que aconteça menos... estamos cá para sermos uma versão cada vez melhor de nós)

Tic tac

Futilidades para desanuviar a cabeça do trabalho...
Mais um relógio de sonho (Raymond Weil)... em paralelo com o já antigo amor utópico da Cartier.
Clean classic luxury.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Golden Globes 2014

Worked up beauty.

Simple beauty.

No disappointments, ever, with this Lady.

Bold colors, but she can handle it.

Best baby bump.

Runner up for best baby bump.

Sky dressed.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

W Day XXII






Smile

Se o uso é porque tu mo desenhaste. Os meus (tu, família querida e amigos de sempre) sustentam-no porque me sinto acarinhada, envolta num manto protetor, que me escuda por mais duras que sejam as críticas externas ou a agressividade da competição inter-pares. As crianças têm o poder de o redesenhar, quando os dias de trabalho me puxam os lábios em direção ao centro da terra. 
O estágio atual, numa unidade de cuidados intensivos, balança mais uma vez os sentimentos, como ondas de um mar revolto. Duro, muito duro, lidar com a morte tão de perto, tão frequentemente e sobretudo de quem tão pouco viveu. Uma tempestade de Hércules a crueza da dor dos pais, que não sabem mais a quê/a quem mais recorrer. A nossa impotência perante o inevitável é dilacerante. Mas, mais uma vez, no meio do universo cinzento e escuro, frio de metal e aparelhos, há fios de luz, que emanam da boca da menina que se livrou do respirador mecânico e fala pela primeira vez em tantos dias, da mão que nos aperta com força mostrando que a luta pela vida continua, da alta que se dá para um futuro de percalços, mas para um futuro... E o meu sorriso recrudesce daí, desses fios de luz que mo reconstroem, renasce no meio das agruras e vai sobrevivendo, cá fora, graças aos que mo (re)desenham e aos que mo sustentam. Há que seguir com ele nos lábios, dia após dia, como uma bóia de salvação no mar revolto dentro e fora do trabalho. Há que usá-lo como trampolim para manutenção do otimismo life-saving que nos mantém à tona e nos faz saborear o doce que há em todos dias, mesmo os maus.
Farta de elementos tóxicos. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Adeus Rei Eusébio. Rei de simplicidade e humildade, que nasceu e morreu povo, sem vedetismos ou pedantismos (só uma nota para dizer o quanto as palavras do sr. Mário Soares são deploráveis...). Perdemos mais um dos nossos símbolos. O meu clube perdeu o seu mais fervoroso adepto e representante. Fico orgulhosa de o termos homenageado e acarinhado em vida e de termos sabido honrá-lo na sua partida, com uma despedida emocionante, unidos no "fair play" que ele tão bem nos ensinou.
Deixo as palavras da Ana Moura, que resumem bem o que Eusébio é, para nós, portugueses: "No tempo em que os portugueses tinham os pés presos ao chão pela pobreza, pela ditadura e pela guerra, voaste e levaste Portugal contigo. Trouxeste sonho ao país. Juntamente com a nossa imensa Amália ensinaste-nos a levantar a cabeça perante o Mundo. Obrigada pela magia e pelo exemplo. Descansa em paz."