terça-feira, 1 de novembro de 2011

A vida prega-nos grandes partidas. Destrói as nossas construções, roda o nosso mapa, leva-nos para rumos inesperados, faz-nos caminhar por trilhos dolorosos. Todo este inesperado, todos os eventos menos bons, os dias árduos, os momentos tristes, devem servir para nos reconstruirmos, para nos reinventarmos e para nos tornarmos mais fortes. Nunca, mas nunca, amargurados, cínicos ou maldosos. Se estamos mal não devemos olhar para o outro com desdém, devemos usar o fundo do poço para procurar ser melhor, para ganhar a força de sair dele com sorriso, sem puxar ninguém lá para baixo. Aprender a ser feliz com a felicidade dos outros. Aprender a crescer com o sofrimento. Aprender a praticar a bondade e a doçura com os que nos rodeiam, mesmo quando estamos no pior dos dias, em que o Mundo e o mau humor estão a curvar as nossas costas. Conheço muita gente que vai todas as semanas à igreja, diz-se católico praticante, mas não consegue no seu dia-a-dia praticar o mais puro acto católico, de bondade e dádiva, de dar ao outro sem esperar recompensa, de saber passar agruras aprendendo com elas, ressuscitando das cinzas, renascendo dos destroços de um coração partido, de um sonho estilhaçado... Não sou perfeita, não cumpro tudo isto, mas tento aprender com exemplos fascinantes que tenho à minha volta. Pessoas que passaram por situações trágicas, que vivem momentos de dor, e mesmo assim têm sempre um sorriso a dar, compreendem quando os outros (com problemas tão menores, por vezes) estão em baixo e são capazes de ajudar; sobrevivem à amargura e ao cinismo que cresce no coração dos que vivem centrados só e apenas no seu mundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário