quarta-feira, 24 de novembro de 2010

E chega de futilidades...

O que realmente importa é que vou passar o Natal junto da minha família, junto do meu namorado e amigos e isso tem um preço enorme para quem poderia estar a trabalhar nessa data. Se estivesse a trabalhar doeria pensar na distância, no que estava a perder, sobretudo nas vivências com os meus avós (é tão duro pensar que temos de aproveitar todas as celebrações como se fossem as últimas, mas é uma realidade)... Mas estaria apenas a desempenhar a minha função e sei que por muito que parte do meu coração estivesse triste, a outra parte estaria afincadamente dedicada naquilo que faço, no meu trabalho, na tentativa constante de, apesar do cansaço, que às vezes é avassalador, dar mais um sorriso a quem entra pelo consultório da urgência.
Quando escolhi a especialidade, algo que os meus colegas estão a fazer durante esta e as próximas semanas, estava bastante convicta, contudo há sempre um pingo de medo e incerteza. Felizmente sou uma sortuda. Por muito que seja duro, psicológica e às vezes fisicamente, saio quase sempre com um sorriso e com a certeza de que fiz a escolha certa; com orgulho na escolha que fiz. 
Ainda tenho muito que crescer e aprender na minha jornada para me tornar especialista. Ainda tenho muito que lutar, trabalhar e estudar, mas ganho força no gosto pelo que faço e nos momentos que vivo... Nos sorrisos que arranco e principalmente no reconhecimento daqueles que são na realidade os únicos e concretos avaliadores do meu trabalho: os doentes e os seus pais.

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