quarta-feira, 12 de março de 2014

Cansada de estar cansada. Saturada do estado de saturação em que os meios do meu trabalho me deixam. Como é que fazer o que faço exalta o que de melhor há em mim e os meandros circundantes, que nada têm a ver com o trabalho em si, conseguem tornar-me pior pessoa? Exaltam a amargura, a acidez, o responder torto, o falar mal, as coisas que mais abomino... Resisto, resisto, mas há dias em que a minha famosa paciência vai para "o escanteio", como dizem os brasileiros, e expludo para todo o lado. Eu sei que tenho de dominar o auto-controlo, eu sei que é só trabalho e a vida é muito mais que isso, eu sei que as pessoas mais importantes para mim estão fora do Hospital, eu sei que sou bem-querida por muitos, nunca vou ser por todos, e não tenho de ser por quem não importa... mas, dado que engulo muito "desaforo" (estou a dar-lhe no português com açúcar hoje), todos os limites de "coping" (já faltava o bom do inglês) que trabalhei até hoje e ao longo dos meus quase 30 anos, são ultrapassados. Começo por responder com humor, mas depois ele esgota-se e solta-se uma Dee pouco vista, mas que existe escondidinha cá dentro, a que resmunga, responde mal e bate com a porta, a que põe o dedinho em riste e "roda a baiana"... a que agride com palavras azedas, às vezes, quem não merece. Mea culpa. Tenho de o trabalhar, tenho de o melhorar, mas acho que não é humanamente possível ser puxada aos limites, como tenho sido, sem transbordar e resvalar um pouco no lado negro.

2 comentários:

  1. uma vez a minha psicologa disse-me algo que me ajudou muito nestas situações, foi mais ou menos isto: dias como esses acontecem e vão sempre acontecer. o que tens de te aperceber é que nada te irrita, tu é que te irritas com as coisas!

    por isso descansa, respira fundo e tudo melhora ;)

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  2. Obrigada! Colocar em perspectiva é sempre o melhor*

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