quarta-feira, 13 de novembro de 2013

F-d-s / férias / reencontro

Pós-férias sem sabor a férias. Pós-férias que mais pareceram um fim-de-semana um pouco mais longo. Trabalhei no primeiro dia e meio. Não desliguei. Na metade que me restou do segundo dia passeei com uma querida amiga de sempre e relembrei o bom que é ter uma conversa sem rumo com uma pessoa que conhece todos os nossos caminhos. Namorei nos 2 seguintes. Estes 2 dias e meio e o de ontem (com os meus pais) foram de ouro. É com estas pessoas que estou em casa. É com estas pessoas que sou quem sou. Deixo de ser o stress, o agito, o resmunganço pelas injustiças, a que responde com rispidez e acidez, a comparação, a corrida desenfreada e passo a ser, ou deixo-me ser, só e simplesmente eu. E que bom que é estar com quem traz ao de cima o melhor de nós.

De Lisboa trago a luz, o calor dos abraços, o abandono nos beijos demorados, a música das gargalhadas e muitas refeições hipercalóricas a pesar no corpo. Não posso deixar de recomendar a Hamburgueria do Bairro. Melhores hamburgueres de sempre. E o brunch do U Chiado. Delícia de brunch. Delícia de companhia (a melhor do Mundo). Para além destas refeições, que têm um preço, trago na memória os jantares a dois, que cozinhamos um para o outro, com ingredientes únicos e impagáveis, e que, por isso, têm um valor que a carteira não alcança, mas o coração conhece, merecendo, para mim, tantas estrelas Michelin como as estrelas do firmamento.

De ontem, aqui no Porto, revisitado como filha, guardo o doce que é ter os meus pais a acompanhar-me nesta fase tão bonita. Ambos a adorar todos os vestidos de noiva que experimento (mesmo aqueles em que o espelho diz que não) e a franzir o sobrolho enquanto o lábio ri ao reconhecerem o que fabricaram, quando o meu perfeccionismo se traduz na dedicação a todo e qualquer detalhe do casamento... A preocupação que já tenho com cada fita, cada cor, cada pormenor, que de menor tem pouco para mim, é uma afirmação do que eles tiveram que aturar (e conhecem como ninguém d') a vida toda. E de ontem guardo também, com muito carinho, a emoção doce que é ver a minha mãe preocupada em criar-nos um lar para os fins-de-semana e que é, em si, mais aconchegante do que o resultado final algum dia poderá ser.

Ando desaparecida daqui. Perdida numa vida de trabalho em que muitas vezes me perco de mim mesma. Por isso tem sido difícil escrever. Talvez por me ter reencontrado neste fim-de-semana, que afinal até foram boas férias para a alma, tenha voltado.

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