quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sou lembrada que é Natal pelas decorações dos shoppings onde tenho a infelicidade de colocar o pézinho nestes últimos dias. Nem a árvore de Natal, que com tanta simpatia foi construída na minha casa, me vale. Hoje perguntei a uma colega "para onde vais no fim-de-semana?" "vou para casa, claro, é Natal". Pois eu não vou e por isso para mim não é Natal, nem me lembro que ele existe. E até agora até estava a lidar alegremente com o facto, a tentar ser positiva, a pensar "alguém tem de o fazer e ao menos vou estar a fazer o que gosto, a tentar dar sorrisos aos meninos" "não tem mal, sempre tenho cá o meu amor para a semana e tenho a passagem de ano para estar com os meus...". Acontece que hoje soube que não tenho passagem de ano também. E isso fez com que já não ande tão contentinha. As injustiças nas escalas têm destas coisas. E para o ano há mais (faço novamente 24 e 31 de Dezembro). Se fosse enfermeira? Só fazia um dos turnos, nunca os dois e tinha direito a folgas. Se fosse polícia? Tinha direito a folguinha pela certa. And the list goes on and on. Mas sou médica e interna. E por isso fazer 36h só em urgência numa semana é perfeitamente normal. E fazer Natal e passagem de ano e nem uma folga ter por isso, é normal. "Foste tu que escolheste" pensam vocês. Pois fui e escolhia outra vez porque amo o que faço, mas quando implica abdicar ainda mais, do que o que já faço, da minha família, aí não posso deixar de me sentir profundamente triste (principalmente porque tinha sido escalada de forma diferente, mas subitamente tudo mudou porque, quando há que sacrificar, eu sou a primeira na linha). E posso não ter filhos, mas tenho avós e pais. Desculpem o desabafo...

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