sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Insatisfação. Procura crescente por mais e melhor. Assim é o ser humano. Cada um de nós, no seu trilho de vida, sonha muito, sonha com o caminho que virá, sem muitas vezes olhar para o chão que pisa ou para a paisagem do momento. Corremos muito, corremos demais. Mas às vezes para além de olhar só em frente, dando a mão a quem caminha connosco, alguns de nós detêm-se a olhar para o lado com malícia. Olham para comparar, olham para invejar, olham para passar uma rasteira e chegar mais rápido. A vida é tão incrivelmente curta e já tem por si tantas lombas e tantas pedras para serem ultrapassadas. Há que percorrer o caminho, aproveitar a viagem e ajudar-nos mutuamente para que a dor nos toque apenas aquilo que é inevitável. O destino não é essencial, é como lá chegamos que dá toda a beleza à vida. Não digo que seja errado querer o melhor e ser insatisfeito, não é, simplesmente que esse melhor não seja à conta de outrem. A nossa liberdade no percurso é essencial e é essencial respeitarmos a máxima de que a nossa liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Não só a liberdade de acção, como de pensamento, como de sonho, como de plano, como de como escolheu percorrer o seu caminho, como vive a sua insatisfação, como lida com as suas tristezas, como festeja as suas alegrias, como vive. Aceitarmos que cada um é feliz à sua maneira e que nem todos têm de seguir o mesmo mapa. Live and let live.

Sem comentários:

Enviar um comentário