terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A Medicina, e principalmente o Internato, são um sacerdócio, que aceitamos e que cumprimos por Amor ao que fazemos, pelo nosso crescimento como profissionais e em primeira instância para o bem dos doentes. Trabalhamos horas a fio no Hospital e em casa, nunca dizemos que não a um pedido de um especialista, nunca dizemos que não a um trabalho (mesmo já tendo 30000 em curso), nunca deixamos de ter um sorriso, mesmo sem dormir, mesmo com semanas com mais de 60h de trabalho, mesmo com o stress de ter relatórios, artigos, powerpoints e tudo mais em casa à nossa espera e a angústia de querer estudar e ter tempo para o fazer com método no meio da nossa vida com pouquinhas horas livres. Não digo que receba com abnegação todas as ordens e contigências do meu trabalho com as quais não concordo, emito sempre a minha opinião, mas sei que é o que tenho de fazer e contra factos não há argumentos. E amo muito o que faço, dá-me um imenso prazer e não serão nunca as palavras tortas de um especialista ou um almoço às 17h que me farão deixar de me dedicar com um sorriso ao que estou a fazer. E a bem da verdade uma cara torta não abre porta nenhuma. Isto porque hoje uma interna mais nova deixou de falar e ficou de mono por almoçar às 15h... Ora, isto é e será a sua vida na grande parte dos dias. E mais vale aceitá-lo do que lutar contra o que não se pode mudar. É assim que encaro a minha profissão, como um sacerdócio, pelo bem dos outros, que passam/estão a passar por bem pior do que um almoço tardio.

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