Apesar de dar muito azo ao meu ser criança, tenho muitas saudades da inocência, simplicidade e descomplicação que o meu mundo tinha quando realmente o era... Nunca mais será o mesmo. Tudo se complica, mesmo o que é simples, mesmo aquilo que luto tanto por desenredar. Não tenho os mesmos olhos puros, nem a mesma esperança sem barreiras. Sou toldada pelo que vivi e cresci. Querendo ou não a vida apaga sempre um pouco a ilusão. Perdi, perdemos todos, parte do brilhozinho nos olhos. O Professor Sobrinho Simões queria ver-nos no 3º e 5º anos do curso para verificar o quão o baços que os nossos olhos tinham ficado... Ele dizia notar bem a diferença. Isto vindo de um homem que, como todos devem bem saber, tem o brilho da descoberta constante bem presente. 

Claro que ainda me fascino, claro que sonho sempre, mas a voz do real é demasiado alta e dura para ser ignorada. Talvez volte a viver a infância quando tiver um filho, mas tenho muitas saudades da minha...