segunda-feira, 4 de junho de 2012
Todo o discorrer de pensamentos que se segue partiu da seguinte ideia: pior que um lambe-botas queridinho do chefe, só mesmo um lambe-botas do lambe-botas queridinho do chefe. O segundo consegue ser preguiçoso ao ponto de não se esforçar para ser o melhor ou chegar perto, pensando ser suficiente aliar-se ao preferido para ter um lugar ao sol. Não tolero, não cabe dentro das minhas regras morais e éticas. Mas também há que pensar que burra sou eu, como dizia o saudoso Scolari, que me esforço demasiado, sempre, não lambo botas, nao tenho perfil nem paxorra para tal, e por isso estarei sempre destinada ao segundo plano. Não um segundo plano para os meus doentes, mas definitivamente um segundo plano para os meus chefes. Nesta vida é assim.. Há os "working ones" e há os "golden ones". Os últimos têm a fama de ser bons, mas não precisam de largar uma gota de suor para o ser. Fogem do trabalho como o diabo da Cruz, contudo, são, para todos os efeitos, os mais esforçados e trabalhadores deste universo. Como eu costumo dizer, vão de Ferrari com a gasolina paga e levam os seus lambe-botas pessoais no banco de trás. Eu vou de junta de bois, com esforço, mas lá chegarei. E vou a aproveitar a viagem, apesar do cansaço. E depois tenho um grande defeito partilhado com a minha amiga A. ... Não sabemos dizer que não. Se souberem de algum "crash course" para se aprender tal coisa, vocês avisem, que estou precisada. É que quem diz que não quer fazer este ou aquele turno, chateia na altura, mas depois é tratado com maior deferência do que as totós que dizem que sim a todo e qualquer trabalho proposto, ainda que por vezes de graça e/ou prejudicando a sua vida pessoal. Enfim, ou a vida ainda não me ensinou muita coisa, ou então sou mesmo uma bambi inveterada, "born and raised" para trabalhar como se não houvesse amanha. Desculpem o desabafozito.
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