A vida não é injusta. A vida é um balanceio constante movido tão depressa por brisas como por furacões. Oferece-nos provas de resistência, barreiras que fazem do caminho mais duro, mas mais enriquecedor como um todo. Acredito que as provações são do tamanho que podemos suportar, na medida em que buscamos no fundo de nós as forças, muitas fezes que desconhecemos, para nos regenerar e crescer e ser mais nós a cada uma das barreiras que ultrapassamos. Não existe um felizes para sempre, mas sim um feliz aqui e agora, a que damos valor porque antes e depois soubemos o que é sofrer. Há uma lei de compensações natural. Às vezes tão extrema que nos perguntamos porque não merecemos uma acalmia um pouquinho mais duradoura, só um bocadinho mais de tempo para gozar o doce com calma e demoradamente... Eis que estamos a gozar da brisa, a olhar o sol, a saborear o doce e subitamente as nuvens adensam-se, o vento sopra mais forte, o doce dá lugar a um amargo difícil de suportar. Mas nós somos mais nós. Nós somos fortes o suficiente para ignorar o amargo de boca e para ultrapassar a tempestade, aprendendo a dançar na chuva, crescendo e superando as provações até ao novo período de sol.
Ultimamente as nuvens têm-se adensado. No meio da chuva consigo perceber quem segura o guarda-chuva para me ajudar a suportar a tempestade e quem simplesmente olha a minha passagem com comiseração... não preciso disso. No meio da chuva traço um plano para aguentar tudo, ajudar todos e chegarmos ao Sol. Acredito no plano e na bondade de quem me ajuda. Deixo para trás quem nada faz se não olhar. A soma é de alegria, porque estamos vivos, porque juntos lutamos, porque todos os dias celebramos o barco que criámos para vencer o mar revolto. E o sol virá.
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