terça-feira, 15 de maio de 2012

Nem sei bem o que dizer... Sinto-me neste momento um sempre-em-pé. Um evento atrás do outro, ai que é agora que ela cai, não afinal já está de novo em pé e pronta para outra... São pequenos eventos, nada de grave, mas moem... Esta noite fiquei sem o meu telemóvel durante o Serviço de Urgência, foi-me roubado. Um bem material, não estou doente, ninguém me agrediu. Mas o sentimento é terrível. Perde-se uma vida inteirinha dentro de um iPhone... E depois da forma que foi. Um esquecimento em cima da mesa do gabinete, uns minutos, preocupação com uma mãe que não tinha dinheiro nenhum, esforçar-me para lhe tornar a vida mais fácil e sobretudo para que o tratamento fosse feito ao bebé da melhor maneira, para regressar, pousar no gabinete e descobrir que o telefone tinha desaparecido... O desespero que é não estar contactável para alguém que vive absolutamente sozinha numa cidade, que tem pais, namorado e muitos amigos longe, e sentir a vida devassada porque um smart phone carrega tanto de nós. Pode parecer um excesso e uma ligação materialista desmedida, mas a verdade é que somos muito dependentes destes meios, sobretudo quando estamos longe. E dói muito quando nos esforçamos ao máximo pelo bem do outro para levar esta bela paga. Enfim, melhor que uma perna partida, mas profundamente irritante, profundamente revoltante...

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