quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Porto

A cidade onde vivo há 11 anos. A cidade que aprendi a amar. A cidade onde o nosso amor cresceu. Romântica e enigmática. De cinzentos e sombras desenhadas em contraste com a luz que se reflete de rio e mar. A cidade grande em que as gentes ainda olham para o lado, ainda oferecem ajuda e são sempre e só genuínas. Na sua pronúncia linda (sim, a pronúncia é identidade, mostra quem é e tem orgulho em ser filho da terra), na sua frontalidade vincada, no amor que têm à sua terra (e no amor cego ao seu clube já agora). Da Ribeira até à Foz, passando pelo desenhado centro histórico e pela sempre renovada Boavista, a cidade está cada dia mais vibrante em oferta de sítios, espaços e oportunidades a explorar. Vale a pena vir, viver e sentir o Porto. 
Eu, sempre que chego e passo a Ponte do Infante, deslumbro-me com a vista de rio e margens. É sempre a primeira vez, em cada regresso a casa...

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
Vê um velho casario
Que se estende ate ao mar
Quem te vê ao vir da ponte
És cascata, são-joanina
Erigida sobre o monte
No meio da neblina.
Por ruelas e calçadas
Da Ribeira até à Foz
Por pedras sujas e gastas
E lampiões tristes e sós.
E esse teu ar grave e sério
Dum rosto e cantaria
Que nos oculta o mistério
Dessa luz bela e sombria
Ver-te assim abandonada
Nesse timbre pardacento
Nesse teu jeito fechado
De quem mói um sentimento
E é sempre a primeira vez
Em cada regresso a casa
Rever-te nessa altivez
De milhafre ferido na asa

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